segunda-feira, 21 de maio de 2012

Passaporte carimbado- Maria Portela

Em 2010, a categoria até 70kg estava vazia na seleção brasileira de judô.Com a mudança de categoria de Mayra Aguiar, que subiu para o peso 78kg, alguém precisava completar a equipe do Brasil e Maria Portela não estava tão bem, tanto que não estava na zona de classificação para Londres na época.

 Em 2011, as coisas começaram a mudar e ela passou a levar diversas medalhas em Copas do Mundo e, em 2012, vive uma fase maravilhosa, inclusive terminando a classificação entre as oito melhores e garantiu lugar como cabeça de chave: “ Comecei a ganhar de adversárias mais difíceis, que antes eu não ganhava. Foi só acreditar mais” garante. Ela está no auge da carreira. Esse ano, foi medalha de prata no importante Gran Prix de Dusseldorf, da Alemanha e na última competição válida pelo ranking, foi medalha de ouro no pan-americano da modalidade: “ Ajustei o treino e ganhei daquela cubana. Estudei muito ela mas só comecei a acreditar que podia ganhar dela quando, na Copa do Mundo da Hungria em fevereiro, consegui jogar ela de Waza-ari, mas depois perdi com shido” comentou a gaúcha que tem duas derrotas e uma vitória contra Ônix Cortez. “Nossas lutas vão sempre para o Golden Score e dessa vez ganhei dela”.

Em 2011, foi vice na Copa do Mundo da Polônia,bronze no Grand Slam do Rio, na Copa do Mundo de São Paulo e em Miami. No segundo semestre, foi prata em Tashkent e Almanty, além de ter vencido o evento teste de Londres. Ou seja, foi ao pódio em muitas competições. No mundial, a mais importante, venceu sua eterna freguesa, a canadense Zupancic mas caiu antes de ter oportunidade de lutar na repescagem.

Maria Portela passou a ter mais confiança na sua luta e já pensa em uma medalha em Londres. A própria técnica da seleção, Rosicleia Campos, confia muito na sua pupila.

Seu ponto forte ela sabe muito bem:”É a movimentação porque eu sou mais baixa que todas as outras da minha categorias então eu não posso ficar parada, se não dou a pegada fácil para as adversárias”.

No confronto com as principais adversárias pela medalha, ela leva desvantagem.Contra a supercampeã Lucie Decosse, perdeu a única luta que fez, no mundial por equipes do ano passado. Contra a holandesa Edith Bosh perdeu as duas vezes que a enfrentou, ambas nas quartas-de-final do Grand Slam do Rio, em 2009 e 2010.

 Contra a campeã mundial de 2009, a colombiana Yuri Alverar, duas vitórias e duas derrotas, mas vitória no último encontro, no Pan de judô desse ano, em Montreal. Contra a japonesa Kunihara, que foi bronze no último mundial, Portela venceu a única luta que fez, no Gran Prix de Dusseldorf nesse ano.

A fase dela é fantástica. Se fosse para apostar, não apostaria numa medalha mas apostaria que ela briga diretamente pelo pódio. Como será cabeça-de-chave, foge das oito melhores até as quartas. Vai brigar sim pela medalha!

A série Passaporte Carimbado falará das chances de cada um dos brasileiros que vão a Londres. Objetivo é chegar aos Jogos Olímpicos tendo entrevistado TODOS os brasileiros de provas individuais e uma boa parte dos coletivos.

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